
- Não valeu a pena?- perguntou não deixando de sacudir o rabo.
- Ser o que eu sou, fazer o que eu faço, e pensar em absurdos?- ergueu uma sobrancelha - Acho que não.-
- Sempre vale a pena...por mais que você não acredite ou mesmo não enxergue!!!-
- Sério?-
- Sério.- confirmou baixando sua cabeça peluda e mal cheirosa. Ganhou um carinho na cabeça erguendo-a cada vez mais em direção àquela mão preta e encascurrada.
- Você é sabia!-
- Sabedoria é a arte do vazio, do impossível e do improvável...limitando com inteligência e se aproximando de uma função quase linear onde: sabedoria ( é diretamente proporcional) a tempo de vida.-
- Complexo!!!-
- Complexo mais necessário!-
- Eu nunca imaginaria que você fosse capaz de tal coisa...-
- Humanos adultos têm a imaginação limitada. Além do que...-
Antes de terminar a frase ergueu as orelhas e saiu correndo em disparada atrás de um carro tentando abocanhar sem êxito seus pneus. Morreu logo em seguida atropelada por uma motocicleta que vinha no sentido oposto. Ela continuo sentada na calçada e limitou-se a colocar a cabeça entre as mãos, agora estava sem companhia...
Pintura de Aksel Waldemar Johannessen:
The Vagabond and the Dog(1920)Oil on canvas, 186 x 135 cm.
The dog heralds the death of the tramp.
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